Por Sonia Parra
Na passada quinta-feira, 22 de maio, conseguimos -por fim- culminar o que até então era romântico relacionamento entre os alunos da turma de Língua Portuguesa do Instituto Perdouro de Burela e Pedro Miguel Rocha, “o escritor português de alma galega”. Felizmente, conseguimos reciprocidade, união especial.
A origem deste encontro é curiosa. Como dois destinos tão díspares como o do nosso centro de ensino e o de um reconhecido escritor português chegaram a confluir? Por puro acaso. O destino quis que o nosso professor descobrisse uma entrevista que o escritor tinha feito ao lexicógrafo Isaac Alonso Estraviz. Deste acontecimento surgiu o interesse pela obra do senhor Rocha, facto que levou a uma cadeia de correspondência electrónica que finalizou com uma grande novidade: o escritor planeava uma viagem à Galiza e poderia fazer um percurso para nos visitar.
Isto tudo aconteceu em fevereiro e o grande evento celebrar-se-ia nos finais de maio. Tocava esperar. Mas não foi uma espera qualquer, foi um período carregado de especulações: como será ele?; poderemos compreender o seu sotaque?; será o evento do seu agrado? As perguntas rondavam as nossas cabeças -havia nervos, sim-, no entanto as semanas passavam e o dia grande chegou antes de que nos déssemos conta.
Não sabíamos onde nos iríamos reunir -não temos um auditório-, nem que perguntas fazer, nem quem assistiria. Não sabíamos nada, porém sim, tínhamos claro que não queríamos que fosse um evento convencional.
As sessões prévias ao dia grande foram dedicadas a falar da obra e da pessoa. Queríamos ter um plano escrito, com receio que tudo se descontrolasse, mas -ao mesmo tempo- desejávamos um encontro natural. Eis o nosso dilema.
Finalmente chegou o momento: os papéis estavam repartidos, as perguntas selecionadas e o professor em Burela. Tudo estava já pronto.
O evento começou com a apresentação do senhor Rocha feita pelas nossas colegas e continuou com uma série de perguntas a respeito dos seus inícios como escritor e das suas fontes de inspiração. Pedro Miguel Rocha respondia com fluidez; não havia problemas com o sotaque.
Mais tarde, procedemos à leitura de fragmentos dos seus romances: O Eremita Galego e Chegámos a Fisterra (este foi o que me correspondeu). O senhor Rocha gostou do modo como soavam as suas palavras com o nosso acento do norte. Assim fez saber antes de nos falar um bocado a respeito desses livros.
A seguir perguntámos-lhe -com certo orgulho galeguista- pela fundamentação do seu amor à nossa terra. Soubemos também do seu trabalho como editor e, após a leitura de um fragmento dos seus Contos Peregrinos passámos a uma surpresa especial: a conexão Burela-Cabo Verde por Skype.
Embora a internet não se tenha revelado o nosso aliado especial, esta comunicação na nossa língua mundial acabou por ser a perfeita clausura para o esperado grande evento que se se foi como o vento e que nos deixou um magnífico sabor de boca.
A origem deste encontro é curiosa. Como dois destinos tão díspares como o do nosso centro de ensino e o de um reconhecido escritor português chegaram a confluir? Por puro acaso. O destino quis que o nosso professor descobrisse uma entrevista que o escritor tinha feito ao lexicógrafo Isaac Alonso Estraviz. Deste acontecimento surgiu o interesse pela obra do senhor Rocha, facto que levou a uma cadeia de correspondência electrónica que finalizou com uma grande novidade: o escritor planeava uma viagem à Galiza e poderia fazer um percurso para nos visitar.
Isto tudo aconteceu em fevereiro e o grande evento celebrar-se-ia nos finais de maio. Tocava esperar. Mas não foi uma espera qualquer, foi um período carregado de especulações: como será ele?; poderemos compreender o seu sotaque?; será o evento do seu agrado? As perguntas rondavam as nossas cabeças -havia nervos, sim-, no entanto as semanas passavam e o dia grande chegou antes de que nos déssemos conta.
Não sabíamos onde nos iríamos reunir -não temos um auditório-, nem que perguntas fazer, nem quem assistiria. Não sabíamos nada, porém sim, tínhamos claro que não queríamos que fosse um evento convencional.
As sessões prévias ao dia grande foram dedicadas a falar da obra e da pessoa. Queríamos ter um plano escrito, com receio que tudo se descontrolasse, mas -ao mesmo tempo- desejávamos um encontro natural. Eis o nosso dilema.
Finalmente chegou o momento: os papéis estavam repartidos, as perguntas selecionadas e o professor em Burela. Tudo estava já pronto.
O evento começou com a apresentação do senhor Rocha feita pelas nossas colegas e continuou com uma série de perguntas a respeito dos seus inícios como escritor e das suas fontes de inspiração. Pedro Miguel Rocha respondia com fluidez; não havia problemas com o sotaque.
Mais tarde, procedemos à leitura de fragmentos dos seus romances: O Eremita Galego e Chegámos a Fisterra (este foi o que me correspondeu). O senhor Rocha gostou do modo como soavam as suas palavras com o nosso acento do norte. Assim fez saber antes de nos falar um bocado a respeito desses livros.
A seguir perguntámos-lhe -com certo orgulho galeguista- pela fundamentação do seu amor à nossa terra. Soubemos também do seu trabalho como editor e, após a leitura de um fragmento dos seus Contos Peregrinos passámos a uma surpresa especial: a conexão Burela-Cabo Verde por Skype.
Embora a internet não se tenha revelado o nosso aliado especial, esta comunicação na nossa língua mundial acabou por ser a perfeita clausura para o esperado grande evento que se se foi como o vento e que nos deixou um magnífico sabor de boca.