22/03/21

DÚAS DATAS DE REFERENCIA: 8 e 21 de marzo

 Marzo ten dous días para non esquecermos.  O 8 é o día internacional das mulleres e o 21 é o día internacional contra o racismo.

Con este motivo, o Modelo Burela lembra aquelas famosas palabras de Angela Davis: "O feminismo será anti-racista ou no será". Neste sentido, facemos eco dun poema de Audre Lord, que tomamos directamente do Instituto da Mulher Negra (INMUNE).

ESTE É O VÍDEO

ESTE É O POEMA (Tomado de BAZAR DO TEMPO)

Os ventos da Orixá
Audre Lorde
(Tradução de Tatiana Nascimento)
         I
Essa terra não será sempre estrangeira.
Quantas de suas mulheres sofrem para suportar suas histórias
robustas e gritando como a terra em erupção de grãos
ou açoitadas em correntes de veludo mudas feito garrafas
mãos debatendo traços de resistência
nas costas de outrora amantes
metade da verdade
batendo no cérebro como um tubo de vapor irritado
quantas
ansiando por trabalhar ou abrir-se em fenda
para que os corpos se ventilando ao silêncio
possam planejar o próximo gesto?
Tiresias levou 500 anos, dizem, para se desenvolver mulher
ficando menor e mais escura e mais poderosa
até parecer com uma noz, ela foi dormir em uma garrafa
Tiresias levou 500 anos para se tornar mulher
Portanto, não se desespere com seus filhos.
II
Lendas impacientes falam por minha carne
mudando essas formações terrenas
espalhando-se
eu vou me tornar eu mesma
um encantamento
personagens multiformes ruidosas e escuras
saltando de volta e adiante em páginas brandas
e Mãe Iemanjá levanta os seios para começar meu parto
perto da água
a linda Oxum e eu deitamos juntas
no calor da verdade de seu corpo minha voz fica mais forte
Xangô será meu irmão rugindo para fora do mar
a terra sacode nossa escuridão avolumando um dentre o outro
ventos de alerta vão nos anunciar vivendo
feito Oyá, Oyá minha irmã minha filha
destrói a crosta das praias prontas
e o riso negro de Exu aparece na areia adormecida.
III
O coração da tradição deste país são seus homens de trigo
morrendo por dinheiro
morrendo por água por mercados por poder
sobre as proles de toda a gente
eles se sentam em suas correntes na terra seca deles
antes que caia a noite
contando causos enquanto esperam seu tempo
de terminar
esperando que os jovens possam ouvi-los
medos que sacudem a terra cobrem seus inexpressivos
[rostos cansados
muitos deles perderam a vida e as esposas
parindo
muitos deles nunca viram praias
mas no que Oiá minha irmã sai pela boca
de seus filhos e filhas contra eles
vou me avolumar das páginas de seus arautos diários
saltando para fora dos almanaques
em vez de responder a busca deles pela chuva
eles vão me ler
a nuvem negra
significando algo inteiro
e diferente.
Quando os ventos da Orixá sopram
até as raízes da grama
se apressam.
Poema “The Winds of Orisha”, traduzido por Tatiana Nascimento, do livro “From a land where other people live” (De uma terra onde outro povo vive), 1973. A obra integra a coletânea “Entre nós mesmas – Poesia reunida”, que a Bazar do Tempo lança em agosto de 2020.
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Audre Lorde foi uma importante escritora, poeta, ativista dos direitos civis, lésbica e pioneira do feminismo negro. Nasceu em 1934, em Nova York, filha de imigrantes caribenhos vindos de Barbados e Carriacou, estabelecidos no Harlem. Estudou na Hunter College, graduando-se em Biblioteconomia. Neste período, para se sustentar, trabalhou como ghost-writer, operária, assistente social e técnica de raios-x, entre outras ocupações. No ano de 1954 estudou na Universidade Nacional do México (UNAM), período crucial para sua afirmação como poeta e lésbica. De volta à Nova York, participou ativamente na cultura LGBT de Greenwhich Village e, em 1961, tornou-se mestre em Biblioteconomia pela Universidade de Columbia. Em seu trabalho, abordou questões relacionadas aos direitos civis, feminismo, racismo, opressão, fazendo uma necessária ao feminismo branco, que negligenciava as questões raciais, e ao mulherismo por este ter sido incapaz de abordar a homossexualidade feminina. Entre suas publicações ensaístas destacam-se os livros  “Sister oustider: essays and speeches”, “The cancer journals” e a autobiografia “Zami”. No campo da poesia publicou cerca de dez livros. Um de seus textos fundamentais, “Não existe hierarquia de opressão” foi publicado pela Bazar do Tempo no livro “Pensamento feminista: conceitos fundamentais”. Morreu em 1992, em decorrência de um câncer de mama.

19/03/21

20 de marzo: Día dos Medios en Galego

 


Este sábado 20 de marzo, dende a Asociación de Medios en Galego (AMEGA) celebramos o Día dos Medios en Galego. Facémolo coa retransmisión, en streaming, do programa, a modo “Late Night”, que tivo que ser aprazado o 7 de febreiro (a data oficial, aprobada no Parlamento de Galicia, conmemora a saída do primeiro xornal en galego, O Tío Marcos d’Portela, aló polo 1876) polas restricións sanitarias.

A Casa Museo de Rosalía acollerá a emisión dun programa especial presentado por Federico Pérez Rey, unha das caras máis visibles do audiovisual galego, que estará acompañado pola música en directo dunha banda formada por Iván Barreiro, á guitarra; Carlos Arévalo, á batería; e Ale Casquero aos teclados.

 Será unha festa da lingua, con entrevistas, sketches, o nacemento dun novo proxecto, así como singulares sorpresas que demostrarán o papel fundamental do galego como principal motor da comunicación no noso país.

 O programa será retransmitido en directo nas nosas canles de Youtube, Facebook e Twitch. Ademais, tamén se emitirá o domingo ás 21:30h en NósTelevisión e o luns ás 18:00h en todas as emisoras municipais galegas da rede de Radiofusión. O evento conta coa colaboración da Secretaría Xeral de Política Lingüística e a Deputación da Coruña, ademais do apoio da Casa Rosalía.

 140 medios #engalego

 A cita será unha festa para os máis de 140 medios que a día de hoxe comunicamos na nosa lingua activos este marzo 2021: 40 Nordés, 5FM, A Cuarta Parede, A Louriña, A Nosa Terra, A Movida Vigo, A Nova Peneira, A que cheira papá, A Trabe de Ouro, A viñeta de Schordinger, A Voz de Vilalba, Ábretedeorellas, Adiante.gal, Agora.gal (próxima apertura), AmariñaXa, AMSGO!, Ames Radio, As Nosas, Badal Novas, Balea, Barrios, Biosbardia, Caleidoscopica Revista, Campo Galego, Canal Barbanza, Canal Rias Baixas, Canle Ribeira Sacra, Canto Ghalpón, Cerna Revista, Cerne, Código Cero, Comarcasnarede, Coralia, Crónica 3, Crónicas da comarca, CUAC FM, CulturaGalega, Diario Liberdade, Diario do Támega, Dende a Limia, Disquecool, DZ Dixital, Ecos da Comarca, En Común, Entre Nós, Erregueté, Fervenzas Literarias, Galicia Cinexética, Galicia Confidencial, GalizaLivre, GCiencia, Grial, GZmusica, Historia de Galicia, Inviable Revista, Irimia, Kallaikia, Lalín e Comarca, Lindeiros, Lugo Xornal, Luzes, Mallando no Android, Mazarelos, Nós Diario, Nós Televisión, Nova Fantasía, Novas da Galiza, Novas de Turonio, Novas do Eixo Atlántico, O Barbanza, O Dez, O Farelo, Ollaparo, O Papagaio, O Rosaleiro, O Sil.info, Orgullo Galego, Palavra Comun, Ponte nas ondas, Pontevedraviva, Portal Galego da Lingua, Praza Pública, Primeira Noticia, Proxecto Neo, Que pasa na Costa, Radio Allariz, Radio Arzúa, Radio As Nogais, Radio Burela, Radio Caldas, Radio Cerceda, Radio Culleredo, Radio Estrada, Radio Eume, Radio Fene, Radio Foz, Radio Galega, Radio Lalín, Radio Melide, Radio Negreira, radiNeria, Radio Nordés - Cadena Ser, Radio Oleiros, Radio Ordes, Radio Piratona, Radio Quiroga, Radio Redondela, Radio Roncudo, Radio Salnés (Cambados), Radio Tui, Radio Valga, Radio Valladares, Radio Xallas, Radiofusión, Revista Feminista Andaina, Revista Feminista Revirada, Revista Morcego, Revista Nalgures, Revista Pincha, Sprintmotor, Sondolouro, SurfGZ, Televinte Chantada, Televisión de Galicia, Tempos Novos, Teo Vivo, TerrachaXa, Vaca Pinta, Vinte, Xarda, Xornal de Betanzos, Xornal 21, Xornal de Lemos, Xornal da Mariña, Xornal de Vigo e Zona Press 

A AMEGA está formada a día de hoxe por 40 medios. 

 Toda a información en https://mediosengalego.gal